COMO DIZIA MINHA AVÓ: PIANO, PIANO, SE VÁ LONTANO… Parte 6
…. continuação
Lá em cima na estrada, na entrada do sitio, tinha a escolinha onde estudavam meus primos e as crianças dos sítios vizinhos. Era formada por uma grande sala e só tinha uma professora que dava aulas para a primeira, segunda e terceira series e sempre alguém ia busca-la de carroça em Ajapi e depois ia levá-la, porque ela vinha da cidade de ônibus e o ponto era bem longe. Antes de começar as aulas ela sempre descia na casa da minha avó para tomar café com leite e pão feito em casa. Pão esse amassado pela tia Leonor – que ainda hoje os faz e que são uma delícia! Lá no sítio ela fazia uma receita logo com cinco quilos de trigo e explico porque tanto – dava muito trabalho para esquentar o forno que ficava em um ranchinho do lado de fora da cozinha da minha avó. Era um forno feito de tijolos e barro, no qual se colocava lenha dentro, acendia-se o fogo. Quando ficavam só as brasas e estava bem quente a tia Leonor tirava as brasas e as cinzas e colocava os pães para assar em cima de folhas de bananeira. Quando os pães estavam assados e o forno ainda estava quente ela tirava os pães e enchia de amendoim em casca para torrar, os quais depois guardava em uma cesta e meu avô os comia a noite, depois da janta, sentado no degrau do murinho da área. E a gente também ajudava, é claro!
Como eu já disse a terra do sítio de meu avô não era boa para plantação. Só tinha um pouco de pés de café – eram umas poucas fileiras de pés de cada lado da estrada que descia para a casa e perto da escolinha. No meio dos pés de café sempre plantavam abóboras e melancias. Ah, e passando o cafezal plantava-se muitas vezes amendoim ou feijão. (more…)