Quando você deseja algo, sua alegria depende disso. Se ela for retirada de você, você se sente um miserável. Se for dada a você, você ficará feliz, mas só por uns momentos. Isso também precisa ser compreendido. Sempre que seu desejo é realizado, ele o é apenas naquele momento em que você sente o prazer. O Desejo é passageiro, pois assim que você conseguir o que queria, sua mente novamente começa a desejar mais, desejar outras coisas.
A mente existe no ato de desejar e, portanto, a mente nunca pode deixá-lo sem desejos. Se você não estiver desejando nada, a mente morre imediatamente. Esse é todo o segredo da meditação.
A história dessa carta número 44 – Desejo, é significativa. Você já parou para pensar na sua própria tigela de esmolas? Tudo some: poder, prestígio, respeito, riquezas. Tudo isso desaparece e sua tigela de esmolas continua abrindo a boca e pedindo mais. E esse “mais” o tira daqui, do mundo real. Esse desejo lhe afasta desse momento.
Há somente dois tipos de pessoas no mundo: a maioria corre atrás de sombras e suas tigelas de esmolas permanecerão vazias até que elas entrem em seus túmulos. Uma minoria bem pequena, uma pessoa em cada milhão, talvez, pára de correr, põe de lado todos os desejos, não pede mais nada. E subitamente encontra tudo dentro de si.
44 – DESEJO
É hora de parar de buscar fora de você àquilo que poderia fazê-lo feliz. Olhe para dentro.
Existe uma historia sufi muito famosa. Um imperador estava saindo de seu palácio para seu passeio matinal, quando encontrou um mendigo. Ele perguntou ao mendigo: “o que você quer?”.
O mendigo riu e respondeu: “ Você está perguntando como se fosse capaz de satisfazer meu desejo!”
O rei ficou ofendido, e disse: “Certamente sou capaz de satisfazer seu desejo. O que é? Simplesmente me diga.”
E o mendigo respondeu: “pense duas vezes antes de prometer qualquer coisa”.
O mendigo não era um mendigo comum, ele tinha sido o Mestre do imperador em sua vida passada. “E, naquela, vida, tinha prometido; Voltarei e tentarei desperta-lo em sua próxima vida”. Você perdeu a oportunidade nesta, vida, mas voltarei.
Mas o rei tinha esquecido completamente – quem se lembra de vidas passadas? Então ele insistiu: “Eu realizarei qualquer coisa que você pedir! Sou um imperador muito poderoso; o que é possível que você deseje que eu não possa lhe dar?”
O mendigo respondeu: “É um desejo muito simples. Esta vendo esta cumbuca de pedinte? Você pode enchê-la com alguma coisa?”
O imperador respondeu: “certamente!” ele chamou um de seus vizires e falou: “Encha a cumbuca deste homem com dinheiro”. O vizir foi, pegou algum dinheiro e despejou na cumbuca… e o dinheiro desapareceu. E ele despejou mais e mais, e no momento em que despejava o dinheiro, este desaparecia. E a cumbuca permanecia sempre vazia.
Todas as pessoas do palácio reuniram. Aos poucos o rumor se espalhou pela capital, e uma multidão enorme juntou-se. O prestigio do imperador estava em jogo. Ele disse aos vizires: “se o reino inteiro for perdido, estou pronto a perdê-lo, mas não posso ser derrotado por este mendigo.”
Diamantes, pérolas, esmeraldas… Seus tesouros estavam se esvaziando. Aquela cumbuca de pedinte parecia não ter fundo. Tudo que era colocado nela – tudo! – desaparecia imediatamente, saia da existência. Finalmente a noite chegou e as pessoas estavam paradas ao redor em absoluto silencio. O rei ajoelhou-se aos pés do mendigo e admitiu sua derrota. Ele falou:
“Diga-me apenas uma coisa. Você venceu, mas antes de ir-se apenas satisfaça minha curiosidade. De que é feita essa cumbuca?”
O mendigo riu e respondeu: “é feita da mente humana. Não existe segredo… é feita simplesmente do desejo humano.”
Esta compreensão transforma a vida. Entre num desejo qual é o mecanismo dele? Primeiro há um enorme interesse, uma enorme emoção, aventura. Você sente uma enorme excitação.
Algo vai acontecer, você está a ponto de alcançá-lo. E então você tem o carro, tem o iate, tem a casa, tem a mulher… E de repente tudo novamente não tem significado.
O que acontece? Sua mente desmaterializou tudo. O carro esta ali parado, mas não há mais excitação. A excitação estava somente em consegui-lo… Você ficou embriagado com o desejo que esqueceu seu vazio interior. Agora – o desejo realizado, o carro na garagem, a mulher em sua cama, o dinheiro em sua conta bancaria – novamente a excitação desaparece.
Novamente o vazio está presente, pronto para devorá-lo. Novamente você tem que criar outro desejo para escapar desse abismo de tédio.
Essa é a maneira pela qual nos movemos de um desejo para outro. Essa é a maneira pela qual permanecemos mendigos. Toda sua vida prova isso muitas vezes – todo desejo frustra. E quando a meta é alcançada, você necessita outro desejo.
No dia em que você entender que o desejo como tal resulta sempre em fracasso, chegou o ponto da virada em sua vida.
A outra jornada é para dentro. Mova-se para dentro, volte-se para casa.
Grandes Ensinamentos.
A Grande Mídia trabalha em cima disto. Quem já não viu estas propagandas prometendo Felicidade com a compra de Coisas que eles ofereçem.
E aí surge um grande problema. Os Compradores Compulsivos.
Contam que Milionários entram em lojas que chegam a fechar para que eles saciem sua Fome de Consumo. E aí eles sem aborrotados de compras, que mais do que provado não conseguem preencher o Grande Vazio que eles sentem.
Prova disto que grandes nomes são encontrados sem vida por Overdose.
Ao passo que muita gente que vivem de uma Forma Bem Simples e sem este Excesso, se Declaram Felizes.
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Comentário por Maria Clara — março 7, 2013 @ 9:21 |
Oi Clara. A felicidade está tão próxima e as vezes não a detectamos. Bjs. Augusto
Em 7 de março de 2013 09:21, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — março 7, 2013 @ 9:44 |