Ser criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser…
Acredito que todos têm histórias de Natal em suas vidas, dessas marcantes, inesquecíveis ou nem tanto.
O Natal é uma data que não tem como passar em branco, ser mais um feriado qualquer, a gente sempre entra no clima.
O “espírito de natal” está sempre presente. E já pode ser percebido logo no início de novembro, quando as lojas começam a apresentar vitrines coloridas, com luzes.

A árvore de Natal da minha infância
Independentemente das questões comerciais, as pessoas tendem a sentir o espírito de solidariedade mais intensificado, a fraternidade se faz presente, a família se aproxima, as pessoas querem os familiares por perto, sentem saudade em dobro dos que já não estão mais aqui. Sinto muitas saudades de meus pais, avós, familiares que já se foram…
Quando criança, em Rio Claro/SP, acreditei piamente em Papai Noel, até meus sete anos de idade.
Embora com muita simplicidade, meus pais mantinham a crença. Eu e minhas irmãs, nunca ganhamos de presente de Natal exatamente o que pedíamos ou queríamos, mas, engraçado, a gente só pedia aquilo que sabia que eles podiam comprar, e às vezes nem isso era possível.
Nunca ganhei uma bicicleta, que era meu sonho. Ou eram tecidos para fazer uma roupa nova, ou eram os brinquedinhos mais simples que a gente não via na vitrine das poucas lojas de presentes da cidade.
Ah, o jogo de palitos coloridos, lembram? Ganhei um num desses natais. E era o brinquedo mais lindo que ganhara até aquele momento. Numa outra vez ganhei uma daquelas aranhas que vem com uma mangueirinha, que a gente bombeia e ela pula, se move… Foi outro sonho de consumo. Fique até com febre de tanta vontade.
Meus pais cumpriam o ritual de ir à véspera de natal com a gente, nas lojas de tecidos, comprar um corte de fazenda para cada um. Não colocávamos os sapatinhos na janela e acordávamos com o presente devidamente colocado sobre eles. Já sabíamos o que iríamos ganhar.
Em muitos natais não tinha o encantamento de desembrulhar, sorrir, correr pra rua, encontrar com os amigos, mostrar os presentes, revezá-los nas brincadeiras. Ficávamos olhando nossos amigos com os presentes que o papai Noel havia trazido. E éramos felizes do mesmo jeito.
Na minha família, não fazíamos ceia, só o almoço no dia de natal, que era um pouco melhor que o almoço de domingo. Na véspera era sagrado – íamos assistir a Missa do Galo, na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Aparecida, na vila Martins.
O cardápio era simples e muito bom. Arroz ao forno, macarronada, frango e leitoa assados quando meu avô, que morava no sítio nos presenteava.
Eu escrevia cartas para o Papai Noel, fazia meu pedido, que muitas vezes não era atendido.
Montar a arvore de natal era um momento mágico. Um galho seco, algodão, bolas usadas, muitas vezes presenteadas por um parente, um amigo… Tinha também um presépio, que ganhei já usado.
Os almoços natalinos eram embalados sempre pelo rádio. Não tínhamos TV. Ou então pela sanfona tocada pelo meu pai.
Não havia presentes de padrinhos, tios. A primeira exceção foi quando meu tio César e minha tia Joana, meus padrinhos – ela irmã de minha mãe, ele, irmão do meu pai, me deram o único presente que ganhei deles – um trenzinho de lata, com a máquina e três vagões. As rodas eram pintadas e não rodavam. Adorei aquilo. Tive o brinquedo até os dezoito anos de idade, quando nasceu meu sobrinho, Jean. Dei o brinquedo para ele que não durou muito tempo. Foi destruído. Presente, pessoas e momentos inesquecíveis…
Como tudo era diferente naquele tempo… Os shoppings centers não existiam! Hoje em dia, com a modernidade e agitação, eles são mais do que necessários. Mas me lembro tão bem do comércio de antigamente, as lojas se distribuíam pelas ruas no centro da cidade e nos bairros as vendas, armarinhos e armazéns.
No comércio do bairro das vilas Martins e Alemã, onde moramos, todos se conheciam e se comprava até fiado, na base da caderneta. O cliente pagava no final do mês.
E como era bom e dávamos valor às pequenas lembranças que recebíamos de presente. Comprávamos sapatos uma vez por ano e tinham que durar até a próxima compra. Minhas irmãs e eu íamos com nossos pais às lojas de tecidos que ficavam no centro. Comprávamos tecidos nas Pernambucanas, que na época só vendia esse tipo de mercadoria. Por lá, víamos brinquedos que cheiravam a tinta: bicicletas, bonecas de louça, carrinhos… Nunca pedimos nada, mas claro, como crianças, tínhamos as nossas vontades.
De volta para casa, minha mãe lavava os tecidos, confeccionava os vestidinhos da Tereza e Ivone, o dela, bem como as calças e a camisas do meu pai e minhas. Quando tinha um dinheirinho sobrando, as fazendas iam para uma costureira nossa amiga. Mas, a costura de minha mãe também era muito bem feita. Eram os presentes de Natal dela para a nossa família.
Os presentes eram colocados embaixo da árvore e sempre, uma surpresa. Nenhum de nós dormia nessa noite, ansiosos pra que amanhecesse e ver o que o ¨Papai Noel¨ havia nos deixado. Como se não soubéssemos o que era.
Ainda hoje vi na televisão uma reportagem onde duas garotinhas muito espertas escolhiam seus presentes de Natal – não pediam bonecas, mas sim uma filmadora e um tablet. Meninos vidrados em Xbox e outros jogos.
É… Os tempos mudaram muito, mesmo.
Amei ver e ler a sua lembrança da infância.Como somos felizes, não é? Pois tivemos esta etapa em nossas vidas.Beijos mil e FELIZ NATAL!!!!
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Comentário por Irany Soares de Araújo — dezembro 13, 2012 @ 21:59 |
Oi Laly! Fiquei feliz com sua visita ao blog. Bjs.
Em 13 de dezembro de 2012 21:59, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — dezembro 14, 2012 @ 0:06 |
É meu irmão !!! éramos felizes mesmo !!! e no ANO NOVO , então …o almoço tão esperado do aniversário do vô MARTINI , lá no sítio .ÍAMOS TODOS PRA LÁ aquela mesa farta , guaraná pra nós crianças e vinho para os adultos .quanta saudades dos nossos pais , avós e tios e das nossas farras com os primos . que bom se pudéssemos reviver tudo isso . beijos pra você e o ALIM …UM FELIZ E SANTO NATAL , E PRA TODOS DE LÁ DE SÃO LUIS .
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Comentário por IVONE VERONICA — dezembro 13, 2012 @ 22:29 |
Feliz Natal para todos vcs também! Bjs. Gu
Em 13 de dezembro de 2012 22:29, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — dezembro 14, 2012 @ 0:06 |
Lendo essa sua memória, senti o verdadeiro espírito de Natal. Tudo que precisamos de valor nesse dia especial, vocês viveram. Amor em Família!
Siga orgulhoso dessas belas lembranças vividas na sua infância. Elas valem ouro!
Passei muitos natais sozinho no exterior, sabiamente consegui transformá-los cada um deles em alegria, mesmo sozinho (literalmente) nunca deixei de celebrá-lo. Lembrava dos natais de infância em casa e dessas boas lembranças me alimentava para dar vida à esse dia que chamo de especial.
Natal também nunca foi para mim sinônimo de banquetes e presentes caros. Natal para mim é o menino Jesus, o amor e a paz. O aniversário é dele e o melhor presente que podemos dá-lo é tê-lo em nossos corações. É a simplicidade espiritualizada que melhor define o Natal.
Por isso te digo, Natal é dia de felicidade sempre. Dia de celebração espiritual!
Feliz Natal para o mundo inteiro.
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Comentário por Alim Jr — dezembro 13, 2012 @ 23:45 |
Oi Gu, que lindo !!! que saudades da vó e do vô. Me lembro de quando eu era pequena – a mesa arrumada, todos juntos, nada de luxo , mas muito amor. Lembro que uma vez vc se vestiu de papai noel pra entregar os presentes dos sobrinhos, e todos perguntavam onde está o Gusto e diziam – o papai noel já está chegando , rsrsrsrsrs . Muito bom !!! Saudades !!!
Um Feliz Natal a vcs , aí em São Luis-MA
bjusss
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Comentário por Regiane C. Christofoletti Gouveia — dezembro 18, 2012 @ 19:16 |
Oi Re. Obrigado! Ahahaha. Nem lembrava mais que um dia já me vesti de Papai Noel para vcs. Bjs. Bom Natal para todos vcs tb! Gu
Em 18 de dezembro de 2012 19:16, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — dezembro 18, 2012 @ 19:36 |
Oi Gu! Que lindo!!! Lendo o texto, me transportei pra época de infância onde todas essas datas especiais passávamos ali na casa da vó ( Natal, Ano Novo, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais… ). Quanta saudade!!! Lembranças boas que o tempo jamais irá apagar… Bjos… Ótimo Natal a todos aí em São luis.
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Comentário por Rosana Christofoletti — dezembro 19, 2012 @ 8:44 |
Oi Rô!
Feliz Natal para todos vcs tb! Bjs. Gu
Em 19 de dezembro de 2012 08:44, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — dezembro 19, 2012 @ 11:16 |
Republicou isso em A Simplicidade das Coisas — Augusto Martinie comentado:
Reblogando um post de dezembro de 2012…
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Comentário por Augusto Jeronimo Martini — dezembro 21, 2020 @ 9:42 |