Quando eu era criança não entendia muito bem a Páscoa. Só adorava procurar os ovinhos que o coelhinho escondia. Minha família era muito simples e os ovos nunca eram de chocolate. Eram ovos de galinha, cozidos e coloridos com papel crepom.
Mas, o que tem a ver coelho com ovos, seus símbolos, com a ressurreição de Jesus ou a fuga dos hebreus do Egito comandada por Moisés? Agora sei qual a relação de tudo isto. Os ovos são o símbolo do nascimento. Ali dentro, uma vida por vir ao mundo. É o eterno milagre da vida que renasce todos os dias.
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O coelho é o animal que se reproduz com uma velocidade estonteante, é uma ode à família – uma declaração de amor que a natureza faz todos dias. Renascer é nascer, somos nós mesmos que renascemos nos nossos filhos, é a vida que se pereniza na prole.
A fuga dos hebreus é o fim da escravidão de um povo. A escravidão equivale à morte – escravizar equivale a tirar a vontade e a alma de alguém, equivale a tirar sua vida. Se libertar da escravidão é viver de novo, é renascer, é estar sempre começando tudo de novo. Por fim, Jesus é a ressurreição. Quer prova mais clara do que digo? Este eterno milagre que nos encanta é o milagre da vida que a Páscoa nos relembra. A Páscoa é a ressurreição das nossas almas. Páscoa é o dia de renascer, começar tudo de novo. De nos libertamos do mal que corrompeu nossas almas e nos recobrirmos com o véu da pureza da alma que tivemos um dia. Abandonar tudo o que é velho e antigo e olhar pra frente com coragem. Dedicarmos-nos à vida como quem sorve o sumo de um fruto saboroso. Páscoa é dia de renascer.
Passei os dias que antecederam a Páscoa e o domingo na casa de familiares, em São Luis do Maranhão. E lá, a tradição não é presentear os queridos com ovos de chocolate, mas sim, com ovos artesanais. Nas semanas anteriores a Páscoa, os ovos que fazem parte das refeições diárias foram abertos por Ana Maria com cuidado – claras e gemas são retiradas, as cascas lavadas e secas e depois pintadas – com aquarela, guache, verniz craquelé, giz de cera, papel crepom, cola com glíter de diversas cores… Depois, são recheados com amendoim torrado com açúcar e achocolatado em pó, ou minis M&Ms. Para finalizar, forminhas de papel, dessas de acondicionar brigadeiros são coladas para tapar o furo das cascas.
As embalagens que acondicionavam os ovos (as transparentes), são reutilizadas. Você também pode colocá-los em saquinhos e amarrar com um laço de fita de cetim ou em cestinhas artesanais. E todos os da família acabam entrando no espírito da coisa e pintam os ovos, dando o seu toque pessoal. Vejam as fotos abaixo! É uma forma original de presentear suas pessoas queridas. E o melhor de tudo – burlar o mercantilismo da data, onde Nestlé, Garoto, Lacta, Kopenhagen, Cacau Show, entre outras tantas marcas poluem lojas e shoopings com seus ovos de chocolate de diferentes cores, sabores e formatos e que quase nada tem a ver com a data e seu significado. Vi em uma reportagem de uma famosa revista semanal que esse ano tinha até ovo de Páscoa sabor caipirinha à venda no mercado! Pode isso?
Perfeito Augusto!!
Assim foi a nossa Páscoa…ALEGRE, HARMONIOSA,COLORIDA,GOSTOSA…
Bjs e parabéns!!
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Comentário por Sandra — abril 11, 2012 @ 10:01 |
Oi Sandra!
Obrigado pela visita!
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Comentário por Augusto Martini — abril 11, 2012 @ 10:32 |
quanto amor neste trabalho não é??? tão mais facil ir no mercado e comprar um ovo que todo mundo vai ter.
mas aí fazer os ovois um a a um e personalizar e colocar dentro pequenas surpresinhas, so isso ja demonstra não só o talento, mas a dedicação.
uma boa ideia para anos futuros.
e pq vc não saiu nas fotos???
bj
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Comentário por coisadelilly — abril 11, 2012 @ 10:23 |
Oi Lilian.
Como não saí na foto? Minha mão está aí, com uma casca de ovo que estava pintando enfiada em um dos dedos. Rs
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Comentário por Augusto Martini — abril 11, 2012 @ 10:56 |
Que delicia ver tudo isso retratado aqui ….A D O R E I ……..Ano que vem tem mais e espero ter o prazer de te-lo sempre conosco nessas datas pra que assim elas fiquem ainda mais especiais ……Beijosssss
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Comentário por Ana Maria — abril 12, 2012 @ 15:44 |
Oi Ana!
Saudades de vcs… Bjs.
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Comentário por Augusto Martini — abril 12, 2012 @ 17:16 |
[…] a maioria das crianças os ganhavam de presente de seus padrinhos. Na maioria das vezes ganhávamos ovos de galinha, que eram fervidos em casca de cebola ou enrolados em papel crepom para que ficassem coloridos. E […]
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[…] Fonte: Fazendo arte na Páscoa! Ovos, por Ana Maria […]
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Pingback por Fazendo arte na Páscoa! Ovos, por Ana Maria | A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini — março 27, 2016 @ 11:58 |
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