Texto adaptado do original de CARVALHO, Neuza Guerreiro de (2006), por Augusto Jeronimo Martini
Para quem sai do Poupa-Tempo, logo vê a “Escola Fazendária”, na esquina da Rua das Flores com Rua do Carmo. Ocupando um prédio que foi uma escola, depois, outra e depois outra. Pouca gente olha para ela e quase ninguém sabe a sua história. Em 1890 foi a “Escola Modelo do Carmo”.
Foi conhecida durante muito tempo pela denominação de Escola Modelo do Carmo, ou Escola do Carmo, por haver funcionado, em seu início, nos fundos da igreja da Ordem Terceira do Carmo, local que mais tarde foi ocupado pelo Ginásio dos Reverendos Irmãos Maristas.
Foi nesse grupo escolar que Caetano de Campos introduziu as então modernas técnicas pedagógicas, organizando a primeira escola-modelo. Inicialmente, a escola destinada à prática dos professorandos funcionou sob a direção direta do próprio Caetano de Campos.
Essa escola foi fundada em 7 de julho de 1890, e em 1º de setembro do mesmo ano iniciou suas atividades, tendo a professora Miss Márcia Browne como auxiliar da direção.
No começo, funcionaram apenas as classes dos dois primeiros anos preliminares, com 50 alunos de cada sexo, solicitados a seus pais pelo próprio Caetano de Campos. Em fevereiro de 1893, a escola passou a ser dirigida por Miss Browne, até julho do mesmo ano, quando assume a diretoria o professor Oscar Thompson.
Em 2 de agosto de 1894, foi inaugurada a Escola Normal da Praça da República, onde também foi instalada uma escola-modelo. De seu corpo docente fizeram parte diversos professores da Escola do Carmo, que, nessa ocasião, passa a se chamar Segunda Escola-Modelo, anexa à Escola Normal da Praça da República, com o professor Oscar Thompson como diretor efetivo.
Os professores removidos para a Escola Normal da Praça da República foram substituídos por normalistas. Em fevereiro de 1895 foram criadas classes de 5º ano, e em fevereiro de 1898 o professor Alfredo Bresser da Silveira assumiu a direção.
A escola passou a se chamar oficialmente “Grupo Escolar do Carmo” em 1º de outubro de 1894, quando era Secretário do Interior o Dr.José Cardoso de Almeida. O prédio em que funcionava, na rua do Carmo, nº 18, esquina com a rua Santa Thereza, havia sido residência do Marquês de Três Rios, e pertencia, no começo do século XX, ao Conde de Prates, que o arrendava ao governo.
Atualmente, o prédio é ocupado pela Escola Fazendária do Estado de São Paulo – FAZESP – que faz o treinamento dos funcionários da Secretaria da Fazenda.
O edifício está entre os melhores exemplares da arquitetura escolar do fim do século XIX, pois além de ser um projeto específico para o terreno em que está localizado é também um dos poucos que se inscreve no estilo “art-nouveau”.
Hoje o prédio está totalmente restaurado, com corredores largos, salas imensas com pé direito duplo, cubagem de ar mais do que suficiente e portas altas, com bandeiras agora de vidros lisos. Portas entalhadas, perfeitas. É um prédio de dois andares mais o térreo e um sub solo que possui janelas fechadas no nível da rua. O acesso aos andares se faz por escadas magníficas, amplas, brancas, com corrimão artístico. Tem entrada principal pela rua do Carmo e se situa na esquina da Rua do Carmo com rua das Flores. Mas, mantém ainda o aspecto de escola.
A arquiteta responsável pela restauração do prédio foi Silvana Maria Aurichio, sendo que o projeto original é de autoria de Carlos Rosencrantz, alemão naturalizado brasileiro. (também responsável pela Escola Normal de São Carlos).
Apresentação Inauguração Clique no link e veja uma apresentação com o histórico do prédio e as obras de restauração.
para mim é sempre um prazer fazer um curso aí.
costumo dizer que na fazesp se respira outros ares.
as paredes com o pé direito altissimo, a pintura em estencil nos rodatetos, as grandes portas em madeira, de duas folhas, que se abrem para salas de assoalho.
eu me sinto meio criança aí…a curiosidade me assalta a cada minuto.
porque sinto vontade de perambular pelos corredores e entrar em todos os cantinhos, mas e o medo de chegar alguem e dizer: O QUE É QUE VC ESTÁ FAZENDO AÍ MOÇA?????????
olho com uma certa invejinha para o pessoal que trabalha lá e pergunto a mim mesma: será que esta pessoa sabe que trabalha num lugar fan-tás-ti-co????
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Comentário por lilly — outubro 18, 2010 @ 18:10 |
ahhhhh e vc descreceu maravilhosamente o local.
as escadas em marmore branco com o corrimão de arabescos…eu tb adoro.
]
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Comentário por lilly — outubro 18, 2010 @ 18:12 |
Lembro da primeira vez que entrei na Fazesp… fiquei deslumbrada por tamanha imponência, tamanha beleza. Você contou a história (que eu desconhecia)e a descreveu muitissimo bem mas, só vendo a imensidão de detalhes e suavidade é que se pode ter a noção exata do valor que este lugar tem.
Parabéns Augusto, sempre atento as coisas boas da vida, aos lugares que merecem destaques, nos informando de tal maneira que sinto maior orgulho de ter você como amigo. Obrigada pelas maravilhas, que permite, apreciarmos. Valeuuuuuuuuuu.
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Comentário por Ivana — outubro 18, 2010 @ 19:54 |
A cidade de São Paulo e seus contrastes…a Avenida Paulista e seus belos e modernos edifícios, o centro velho de São Paulo e seus prédios antigos que mesmo a passos lentos estão passando por restaurações. Pode-se medir o valor de um povo através de sua capacidade em preservar sua história. No interior de prédios antigos/restaurados a modernidade é oferecida através de cursos de atualização de funcionários, como acontece na Fazesp(que é restrito a funcionários públicos). Um outro exemplo de tradição e modernidade integradas é o Museu da Língua Portuguesa(aberto a toda população brasileira).
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Comentário por Emília — outubro 18, 2010 @ 23:59 |
pedido para anulação de questão do concurso para progresso de TEFE da letra A para letra B
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Comentário por Dirce Polaquini — dezembro 24, 2010 @ 11:48 |
[…] na Escola Fazendária de São Paulo, que fica na área central de São Paulo – na Rua do Carmo, uma das travessas da Rua da […]
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Pingback por Capela do Menino Jesus e de Santa Luzia, em São Paulo | A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini — janeiro 29, 2014 @ 16:43 |
Para complementação, informamos que o projeto de restaura e arquitetura foi elaborado pela teuba arquitetura e urbanismo, sendo as arquitetas responsáveis Rita Vaz e Christina de Castro Mello.
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Comentário por Jacqueline Brigagão de Oliveira — julho 21, 2016 @ 19:12 |
Olá, Jacqueline.
Agradeço pela visita e informação complementar.
Abraços.
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — julho 25, 2016 @ 9:09 |
[…] de uma série de construções escolares realizadas pelo Estado no início do século 20, a Escola do Carmo foi recuperada para abrigar a Escola de Administração Fazendária (Fazesp) – onde trabalho. […]
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Pingback por Fazesp – Escola Fazendária de São Paulo | A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini — outubro 20, 2017 @ 9:01 |